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Por Pr Antonio Gilberto_

Perfil
Ministro do Evangelho, Consultor Doutrinário e Teológico da CPAD. Formado em Psicologia, Teologia, Pedagogia e Letras, autor de vários livros; editor da Bíblia de Estudo Pentecostal em português, sucesso em todo o Brasil; fundador e primeiro coordenador do CAPED, de 1974 a 1989, e com um ministério que vai além das fronteiras nacionais, ele é indiscutivelmente uma das maiores personalidades da literatura evangélica nacional. Recentemente, atendendo a um convite da Convenção Geral da AD nos Estados Unidos, foi empossado membro da Junta Diretora e hoje é consultor da Global University em Springfield, Missouri EUA.Crescer no conhecimento sem esquecer o poder do Alto

Antes crescei na graça e conhecimento de Nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. A Ele seja dada a glória, assim agora, como no dia da eternidade. Amém”, 2 Pe 3.18. O apóstolo Pedro teve suas dificuldades no início da sua fé em Cristo, e também ao longo dela, como registra o Novo Testamento. Jesus, antes do calvário, chegou a adverti-lo de que Satanás estava a tramar contra os Doze, inclusive ele, Pedro, para arruinar a sua fé. “Disse-lhe também o Senhor: Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo; mas eu roguei por ti, para que tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos”, Lc 22.31,32. O texto bíblico que abre este artigo mostra-nos que na vida espiritual, do crente mais simples ao líder cristão mais destacado, o elemento basilar é a fé em Cristo, priorizada, mantida, fortalecida, purificada, renovada e, ao mesmo tempo, seguida do conhecimento de Deus.
“Crescei na graça e conhecimento”, diz o texto sagrado. Essa ordem jamais deve ser invertida. Cuidar da nossa fé é cuidar do nosso crescente relacionamento e comunhão com Deus. Estamos falando da fé como elemento da natureza divina, como atributo de Deus (Atos 16: “...a fé que é por Ele...”; Gálatas 5.5: “...pelo Espírito da fé...”).

A fé em Deus, basilar e primacial como é na vida do cristão, deve ser seguida do conhecimento espiritual. “Criado com as palavras da fé e da boa doutrina”, 1 Tm 4.6. Veja também 2 Pedro 1.5, onde o conhecimento deve seguir-se à fé. Fé sem conhecimento, segundo as Escrituras, leva ao descontrole, ao exagero, ao misticismo, ao sectarismo e ao fanatismo final e fatal. Sobre isso adverte-nos o versículo 17, anterior ao que abre o presente artigo, que os leitores farão bem em lê-lo. É oportuno observarmos que o dito versículo remete-nos claramente ao versículo 18, que estamos destacando. “Antes” é um termo conclusivo; refere-se a uma conclusão à qual se chega.
“Antes crescei” – A vida cristã normal deve ser um crescer constante para a maturidade espiritual, como mostra 2 Coríntios 3.18: “Somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.” Esse crescimento transformador deve ser homogêneo, uniforme, simétrico; caso contrário virão as anormalidades com suas consequências. Lembremo-nos do testemunho do apóstolo Paulo sobre si mesmo em 1 Coríntios 13.11, e o comparemos com o depoimento bíblico de Atos 9.19-30 e 11.25-30. Um crente sempre imaturo na graça e conhecimento de Deus é também um problema contínuo para ele mesmo, para outros à sua volta e para a sua congregação como um todo. E pior ainda é quando o cristão desavisado cuida apenas de seu conhecimento secular, terreno, humano, social, e também quando cuido do conhecimento bíblico e teológico sem antes e ao mesmo tempo renovar-se no poder do Alto, o poder do Espírito Santo, que nos vem pela imensurável graça de Deus em suas riquezas (Ef 2.7). Tudo mediante Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

Crescimento do crente na graça de Deus – A graça de Deus é seu grandioso favor imerecido por todos nós pecadores. Essa maravilhosa graça divina é multiforme e abundante (1Pe 4.10; Ef 2.7). Nosso Deus é “o Deus de toda a graça” (1Pe 5.10). Menosprezar essa inefável graça divina é insultar o Espírito Santo, “o Espírito da graça” (Hb. 10.29). Só haverá crescimento na graça de Deus por parte do crente se este invocá-la, apoderar-se dela pela fé e cultivá-la em sua vida. “Minha graça te basta”, disse o Senhor a Paulo quando este orava por livramento (2 Co 12.8-10).

Crescimento do crente no conhecimento – Esse conhecimento do crente na esfera da salvação, de que nos fala a Escritura, nos vem pelo Espírito Santo (Ef. 1.17, 18; Cl 1.9; 1Co 12.8). Cristo é a fonte e manancial da graça de Deus (Jo. 1.16, 17) e também o alvo do nosso conhecimento (Fp. 1.8,10). O conhecimento de Deus nos vem também pela comunhão com Ele, é óbvio, sendo um meio de usufruirmos mais de Sua graça (2Pe 1.2). Quem está crescendo na graça e no conhecimento de Deus ainda tem muito a crescer. Afirma o texto de João 1.17 “...e graça por graça...”. Se alguém estacionar no desenvolvimento de seu andar com Deus, virá o colapso. É como alguém sabiamente disse: “A verdadeira vida cristã é como andar de bicicleta; se você parar de avançar, você cai!”.
O Senhor Jesus ensinou, dizendo: “Se permanecerdes na minha Palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”, Jo. 8.31,32. Não é, portanto, o conhecimento em si que liberta; ele é um meio provido por Deus para chegarmos à verdade. Há muitos na igreja com vasto conhecimento secular, teológico e bíblico, contudo repletos de dúvidas, interrogações, suposições e enganos quanto a Deus, quanto à salvação, quanto às Sagradas Escrituras etc.
Como pode o crente crescer na graça e no conhecimento de Deus – Primeiro, orando sem cessar (1Ts 5.17; 2Co 12.8, 9; Jr 33.3). A oração é um precioso e eficaz meio de comunhão com Deus. Segundo, lendo e estudando a Bíblia continuamente (At 17.11; 1Pe 2.2; Sl 1.2, 3), e obedecendo a Deus, a partir da Sua Palavra (Sl 119.9. 11; Jo 14.21, 23). E também vivendo de modo agradável a Deus (e não somente em obediência a Deus) (Cl 1.10; 1Jo 3.22); testemunhando de Cristo e de Sua salvação (At 1.8; 5.42); permanecendo na doutrina do Senhor (At 2.42; Rm 6.17; 3Jo vv.3,4); frequentando a Casa de Deus (Hb 10.25; Lc 2.37; Sl 27.4); sendo ativo no serviço do Senhor (Mt 21.28); vivendo continuamente em santidade (Lc 1.75; 2Co 7.1); mantendo-se renovado espiritualmente (2Co 4.17; Ef 5.18) e experimentando a progressiva transformação espiritual pelo Espírito Santo, tendo Ele em nós plena liberdade para isso (2Co 3.18).

Sinais de “meninice” (não-crescimento) espiritual – Os cristãos da igreja de corinto tiveram este problema (1 Co 3.1, 2). Ver também Hebreus 5.12- 14. Crianças, no sentido físico, são fáceis de detectar; no sentido espiritual, também – havendo exceções, é evidente. A criança fala muito, mas não diz nada ou quase nada. A criança, por natureza, é egoísta. Tudo sou “eu” e o todo é “meu”. A criança brinca muito e também “briga” muito. A criança normal dorme muito – e dorme em qualquer lugar! A criança gosta muito de ruído, de barulho, e geralmente no momento e no lugar impróprios para os adultos. Quanto mais barulho, mais a criança gosta! A criança gosta muito de doces (Ler Provérbios 25.16,27 e Levítico 2.11). Doces engordam, mas engordar não é crescer, e nem sempre é sinal de saúde.
A criança é muito sentimentalista. Ela vive pelo que sente. Por coisa mínima, a criança chora, amua-se e some da cena. A criança é muito crédula. Ela não discute nem questiona as coisas da vida em geral. Ela crê em tudo, sem argumentar. Ela aceita praticamente tudo sem averiguar, sem filtrar, sem discutir.

A criança não gosta de disciplina. Ela não gosta de obedecer. Também a criança é fantasiosa. Ela exagera as coisas. Ela cria o seu próprio mundo de fantasia para si e vive esse seu mundo. A criança pequena não tem equilíbrio. Não tem firmeza. Com facilidade, ela tropeça, escorrega, cai e levanta-se. A criança é imitadora. Ela, se puder, imita tudo, inclusive o ato de trabalhar dos adultos, mas tudo imitação, e às vezes machuca-se por isso. A criança, em geral, é fraca; ela não tem a resistência dos adultos. Finalmente, a criança não entende coisas difíceis, coisas de gente grande.
Essas verdades e realidades devem ser aplicadas à nossa vida cristã para vermos se estamos crescendo para a maturidade ou se ainda permanecemos quais criancinhas incipientes e crédulas. O procedimento correto para o crente evitar um colapso na sua vida espiritual é “crescer na graça e no conhecimento de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo”.


Artigo publicado no jornal Mensageiro da Paz - Número 1513 - Junho de 2011, CPAD

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A Minha Graça Te Basta


"e ele me disse: A minha graça de basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. Por isso, de boa vontade antes me gloriarei nas minhas fraquezas, a fim de que repouse sobre mim o poder de Cristo". II Co 12.9
Não há alternativas para a fé. Temos necessidade de provações para o desenvolvimento do nosso caráter; não há outro meio para o nosso crescimento espiritual. Fugir dos problemas gera fraqueza. Portanto aceite as experiências da vida como vierem e procura tirar delas a graça para a tua vida.
A pérola é uma preciosidade que nasce do sofrimento da ostra; quando um corpo estranho cai dentro dela, causa-lhe muita dor; então uma substancia é liberada e aquele corpo estranho vai sendo envolvido e uma linda pérola é formada! Que coisa magnífica! Quero fazer aqui uma analogia; O sofrimento que poderíamos chamar de o "espinho na carne", é o meio pelo qual a graça de Cristo nos envolve e cumpre o seu grande propósito, de nos fazer melhores que somos; 

"Pois tenho para mim que as aflições deste tempo presente não se podem comparar com a glória que em nós há de ser revelada". Rm 8.18
Uma glória a ser revelada! Que maravilhosa benção, pois Deus está formando em nós o caráter e a imagem de Cristo! Lembre-se que é pelo poder do Espírito Santo que habita em nós, que seremos capazes de descobrir as riquezas escondidas em Cristo. "a fim de que também desse a conhecer as riqueza da sua glória sobre os vasos de misericórdia, que de antemão preparou para a glória" Rm 9.23

Portanto, conforme o apostolo Paulo concluiu, devemos aceitar com alegria e de boa vontade o que Deus tem nos permitido viver; Paulo ainda diz: Porque quando estou fraco, então é que sou forte. "para que ele vos conceda, conforme as riquezas da sua glória, que sejais robustecidos com poder pelo seu Espírito no homem interior" Ef 3.16

Meus amados, estamos sendo renovados, fortalecidos e revigorados no Senhor, pois todas as coisas cooperam juntamente para o bem daqueles que amam a Deus!

Tenha um bom dia com Jesus e permita que a graça de Deus, faça de você uma grande preciosidade em suas mãos e que esta preciosidade seja exposta na grande vitrine da vida para glória de Deus!



Pr Sidinei Alves é pastor na Assembleia de Deus em Bauru SP

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A Crucificação

“E, quando vós estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas, Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz”. Cl 2.13-15

Quando o homem pecou contra Deus, muitas coisas aconteceram, e entre elas o homem passou a ter uma divida de pecado, passando assim a ser escravo do pecado e de satanás. Na verdade este mundo é um grande mercado de escravos.

A redenção retira o homem da escravidão ao pecado e satanás, mediante o pagamento de um resgate. “Sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, Mas com o precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado”. I Pd 1.18,19

Pensemos um pouco neste dia da história, que trouxe luz e esperança para o ser humano: Após terem participado da páscoa, Jesus faz sua oração sacerdotal e logo após se retira para o jardim do getsemani, juntamente com os seus discípulos para orarem. Jesus profundamente angustiado começa a dizer: “... Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres”. E isto o fez por três vezes.

Os soldados chegam e Jesus é levado para ser interrogado e julgado pelas autoridades. A sentença é dada e Jesus de Nazaré é condenado à morte. Jesus de maneira surpreendente está em silêncio: “Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um cordeiro que é levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim ele não abriu a boca”. Is 53.7

São nove horas da manhã e o Mestre é colocado na cruz. Ele ora em favor dos seus algozes dizendo: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”. Lc 23.34

É meio dia e Deus mandou um véu de escuridão sobre toda a terra até as Três horas da tarde, e não se houve um murmúrio de Jesus. “Cerca da hora nona, bradou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lama sabactani; isto é, Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste”. Mt 27.46

Os nossos pecados estavam sobre Jesus e a ira de Deus, caiu sobre ele como uma explosão atômica. Como disse o profeta: “Mas Ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e esmagado por causa dos nossos pecados; o castigo que nos trás a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados... mas o Senhor fez cair sobre Ele a iniqüidade de todos nós”. Is 53.5,6b

Jesus tem sede e lhe dão vinagre ao invés de água. “Então Jesus, depois de ter tomado o vinagre, disse: está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito”. Jo 19.30

Jesus morre, mas não como um fracassado e sim como um vencedor, um campeão. Ele gritou a palavra de independência de todos os verdadeiros crentes. O grito da vitória: Está consumado, ou seja, totalmente pago; Cristo anulou a nossa dívida de pecado e nos libertou de satanás. Glória a Deus, podemos cantar: Livre estou, pela graça de Jesus livre estou!

Pr Sidinei Alves é pastor na Assembleia de Deus em Bauru SP